Marcelo Gaia, proprietário do Mirror Palais, fala sobre o passado, o presente e o futuro de sua amada marca
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Marcelo Gaia, proprietário do Mirror Palais, fala sobre o passado, o presente e o futuro de sua amada marca

Aug 22, 2023

Por Rosa Jisoo Pyo

O fundador do Mirror Palais, Marcelo Gaia, sentiu que havia algo tão inocente e puro em sua primeira lembrança da água: o calor de estar cercado pelas mulheres de sua família e sua sereia de brinquedo nadando na banheira. Ambos os detalhes inspiraram profundamente sua última coleção, The Virgin, the Princess & the Siren.

O Mirror Palais, com sede em Nova York, estreou sua quinta coleção em setembro, em seu primeiro desfile na New York Fashion Week. Desde então, It-girls da internet como Hailey Bieber e Matilda Djerf usam os designs de Gaia. A nova coleção abriu para pré-encomenda em janeiro, mas devido ao tecido limitado, a maioria dos designs está esgotada. Gaia adora uma boa história — é a tese do seu trabalho. Criado no Queens por uma mãe solteira e imigrante, ele experimentou viagens pelo mundo apenas através da tela. Filmes como A Princesa Noiva, Coração Valente e Shakespeare Apaixonado ofereceram-lhe uma fuga e, mais tarde, inspiração.

Fotografia de Anafer Flores e Marcelo Gaia

Fotografia de Anafer Flores e Marcelo Gaia

Fotografia de Anafer Flores e Marcelo Gaia

A coleção Virgin, the Princess & the Siren explora diferentes arquétipos femininos, com cada look da coleção caindo em um. O vestido da sereia, por exemplo, pode ser comparado ao que a deusa Vênus usaria em seu nascimento com espuma do mar; o tecido azul, da cor do vidro marinho translúcido, cobre deliciosamente cada pedaço de suavidade que o corpo oferece. Mais que uma sedutora, ela é uma sereia.

Durante as filmagens da campanha da coleção, a equipe de Gaia primeiro jogou o vestido da Sereia no Mar da Sicília e depois o colocou na modelo. “De repente”, lembra Gaia, “ela se transformou em outro tempo e lugar, até mesmo em outro mundo”. Repleto de babados e rendas imaculadas, o vestido Jellyfish Swamp parece recém-tirado da costa. Dar vida à ilustração de Gaia — um processo frustrante — deu frutos mesmo depois que a primeira amostra lembrava serpentinas de festa. A magia estava na renda, então A equipe de Gaia ajustou cuidadosamente as pontas para imitar tentáculos que são macios, mas ainda picam. Assim como o vestido, as águas-vivas não nadam - elas flutuam.

Fotografia de Anafer Flores e Marcelo Gaia

Também nesta coleção, o top Cortez mais estrutural com saia La Falda. A armação inferior, os laços rouleau e a saia de aro embutida de três camadas com desossa de aço demonstram a versatilidade de Gaia na construção de peças de vestuário.

Como a inspiração pode vir de uma xícara já servida, um aspecto de anágua da terceira coleção da marca foi transformado em algo maior: o vestido Ruffle Tunnel shell. O vestido creme com gravata preta ajustável foi comparado ao vestido improvisado de Ariel depois que ela se metamorfoseou em humana em A Pequena Sereia, mas Gaia diz que foi uma escolha inconsciente e não intencional.

“Quando você coloca a caneta no papel, quando começa a trabalhar no computador, quando começa a drapear uma roupa”, explica ele, “ou quando está fazendo qualquer coisa para expressar isso, é apenas um amálgama de outras ideias que estão todas misturadas em sua cabeça."

Em A Pequena Sereia, a luta de Ariel entre viver uma vida dupla e o desejo de liberdade são temas que ressoam especialmente na comunidade queer. A história da transformação de sereia em mortal sempre fascinou Gaia, e o tema da transformação foi essencial para a construção desta coleção. A engenhosidade criativa de Gaia sempre incorporou sua educação. “Estou super inspirado pela minha herança brasileira”, diz ele. “Meus pais são imigrantes que vieram para cá em meados da década de 1980. Crescendo em uma colônia portuguesa no Brasil, há uma mistura interessante da velha Europa, mas os acabamentos e a execução geral tem esse tipo de sensação tropical.”

Fotografia de Anafer Flores e Marcelo Gaia

Fotografia de Anafer Flores e Marcelo Gaia

Mirror Palais foi acusado de se apropriar da estética católica mexicana, o que Gaia nega. Falando como católico brasileiro, ele diz: “não se pode acusar alguém de se apropriar de algo que já é sua própria cultura”.